terça-feira, 1 de março de 2011

Uma Distopia


Vivemos em um mundo distópico. Mas o que é distopia? E a antítese da utopia. E a utopia, o que é? É um modelo idealizado de sociedade. Mas então porque falo que vivemos em um mundo distópico? Porque nos falta o essencial: idéias para mudar a sociedade.
Não que as revoluções sociais tenham deixado de existir, as revoltas no mundo árabe estão ai para provar isso, mas mesmo elas não visam criar um novo modelo, almejam apenas mudar de lugar no esquema pré-existente de uma sociedade opressora e sutil.
Opressora e sutil parecem termos antagônicos, mas se encaixam com perfeição para descrever a sociedade atual. É opressora, pois impõe modelos estéticos, éticos e comportamentais que devem ser seguidos. É sutil, pois impõe esses modelos não por normas ou leis, mas sim por meios de comunicação.
Por esses meios e pelo próprio tamanho das cidades, cada pessoa tem hoje muito mais pessoas com quem se relacionar do que há trinta anos, mas não há dialogo. Há apenas um individualismo extremo relacionado intimamente com as novas tecnologias, que tornam o homem ao mesmo tempo autônomo e extremamente dependente.
Autônomo, pois uma pessoa pode fazer o trabalho de cem, apenas apertando alguns botões. E dependente, pois sem a tecnologia que está acostumada, não consegue mais fazer nada. Tudo agora tem em alguma parte interna ou em algum momento de sua fabricação, um computador que comanda a maior parte das tarefas.
O que nos leva ao âmago de nossa sociedade distópica: uma sociedade altamente tecnológica cujos cidadãos vivem isolados em meio a um mar de gente.

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