Era a cerimônia de abertura do Carnaval. Todos estavam atentos a passagem da chave da cidade para o Rei Momo. O momento em que, oficialmente, começava a festa oficial da cidade, seu farol para o mundo. O Prefeito fazia seu habitual discurso enquanto a figura bonachona ao seu lado aguardava ansiosamente.
Feito o discurso do Prefeito, chegou a hora da passagem da chave, feita de plástico e lantejoulas, mas carregada de grande significado. Por cinco dias, a cidade seria governada pelo Rei. Houve uma grande salva de palmas. Todos celebraram aquele momento de celebração da alegria. Mas ninguém viu o brilho nos olhos do Momo.
O primeiro dia de Carnaval ocorreu como sempre. Os bailes rolando nos clubes, os blocos correndo pela rua, pessoas festejando apenas a festa, outras festejando o desejo, outras não festejando e umas poucas amaldiçoando o dia que foi inventado o Carnaval. O dia transcorreu sem grandes problemas, apenas as ocasionais brigas por excessos da parte dos foliões.
No segundo dia tudo mudou. Um golpe de estado ocorreu. O Rei declarou a cidade independente. O Prefeito foi exilado. Tudo foi muito rápido. A maior parte da população nem viu acontecer. Tudo havia sido planejado há muito tempo, e todas as instancias do governo já sabiam do golpe e deixaram passar. Agora aquela era oficialmente a cidade do Carnaval.
O primeiro decreto do novo rei foi tornar todos os dias do ano dias de Carnaval. Todos pensaram que era apenas uma brincadeira, que tudo ia acabar na quarta-feira de cinzas e depois a vida voltava ao normal, então não ligaram muito. Poucos foram aqueles que acreditaram no que o Rei dizia. E nenhum deles pulava Carnaval. E este continuou.
Mas na quarta-feira de cinzas dois novos decretos saíram: Nenhuma fábrica ou comércio que não fosse de bebidas deveria funcionar e todo dia deveria haver pelo menos dez blocos na cidade, três bailes e um trio elétrico. Ai a comunidade entrou em rebuliço. Como iriam fazer para manter o Carnaval rolando infinitamente? E a economia?
Na quinta-feira o governo da cidade organizou os blocos, bailes e o trio. E ainda teve gente que foi. Mas a maior parte da população começou a se desesperar. Qualquer loja que infringisse a lei era fechada pelos policiais, que agora usavam como parte do uniforme uma máscara de carnaval.
Na sexta-feira as revoltas começaram. As pessoas foram às ruas pedindo o fim da festa. As forças policiais foram chamadas para manter a ordem, mas foram eles que começaram a violência. E quando ela começou não parou mais. Conflitos entre civis e policiais pipocaram pelas ruas. Mas foram perdendo força, à medida que os policias se uniam aos revoltosos.
Sábado foi o último dia do regime que durou apenas uma semana, de muita festa e revolta. As poucas forças fiéis ao Rei se entregaram e ele fugiu do palácio municipal sem ser visto. O prefeito foi readmitido ao seu antigo cargo. Foi permitido às fábricas e ao comercio abrirem no fim de semana para recuperarem o lucro perdido. E no ano seguinte, não teve carnaval.
Gostei do texto, envolvente...
ResponderExcluirAbraço
Lucyano
http://cinemaparceirodaeducacao.blogspot.com/
Boa imaginação!
ResponderExcluirVocê é monótono...
ResponderExcluirAcredito que mais bobos da corte iam gostar da idéia e a volta à "normalidade" seria mais difícil. Gostei do texto!!!
ResponderExcluirGostei do texto também,bem criativo!
ResponderExcluirvou lhe bater a real aqui, na hora que eu li o título de seu blog, deu preguiça de ler o resto porque eu pensei: lá vem! rsrs mas mesmo assim li e confesso que me surpreendeu, porque eu gostei da história.Gostei da maneira que vc escreveu e não vi nenhum erro de português, digo isso porque quando eu vejo títulos de blogs como: "devaneios", "sonhador", "filosofando"... etc... etc... leio um monte de frases desconexas, cheio de erros de português, e acabo julgando o blog pelo nome! hehehe
ResponderExcluirabçs man