O sinal fecha comigo entre pistas. Tinha que ser hoje! Justo
quando havia me organizado para chegar cedo. Já perdi o ponto do ônibus e agora
os semáforos não colaboram. Vou chegar atrasado. Esse sol desgraçado na minha
cabeça. O suor escorrendo pelo rosto. Eu sinto a camisa grudando nas costas.
Preciso de uma água bem gelada.
Tem uma arma na minha cara. A ponta do cano passa a centímetros do meu rosto. O
metal negro refletindo o sol. A ameaça está ali. É a única coisa que eu vejo.
Então vejo atrás do vidro um sorriso despreocupado. É divertido apontar a arma
para os pedestres. Observar a reação deles. Sentir a impotência nos outros. Compensar
a própria frustração. Tantas coisas que um sorriso pode revelar.
O carro de polícia passa. O sinal fecha. Atravesso a rua
correndo. Vou me atrasar.
Seus texto me deixou com uma sensação de angústia...
ResponderExcluirQuem acha divertido? O autor ou o cara que aponta a arma?
ResponderExcluirAs pessoas levam tudo muito a sério. ´É só literatura, cara. Não tem que tentar entender.
ResponderExcluiracho que quem escreve se diverte.
ResponderExcluirNossa! A vida está assim mesmo. Uma arma é apontada. A vida acaba ou continua. Atravesso a rua correndo.
ResponderExcluirA fila anda.
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